Inteligência Artificial nas Empresas: Estratégia de Transformação ou Só Mais um Cano de Ouro?
Por Rafael Thomazelli — Arquiteto de Software e Head de Engenharia na Verzel
Publicado há 1 dia
Vivemos um verdadeiro frenesi em torno da Inteligência Artificial (IA). Diariamente, surgem novos cursos de IA, ferramentas automatizadas, promessas de produtividade exponencial e uma legião de “especialistas em inteligência artificial” que parecem ter surgido do dia para a noite.
A narrativa dominante é clara: a IA vai revolucionar tudo. E, de fato, a tecnologia de inteligência artificial tem potencial para transformar processos, modelos de negócios e até mesmo a cultura organizacional. Mas a questão é: estamos aplicando IA com propósito ou apenas seguindo uma tendência?
O perigo do "AI-powered" sem estratégia
Na prática, muitas empresas estão caindo na armadilha do marketing tecnológico. Investem alto em soluções de IA, compram plataformas sofisticadas, mas continuam operando com processos ineficazes e mentalidade analógica. É o famoso “cano de ouro”: algo bonito, caro, mas que não resolve o problema real.
A culpa não é da tecnologia. A inteligência artificial corporativa é uma ferramenta poderosa. O problema está na ausência de uma estratégia clara de implementação.
Antes de investir em algoritmos, infraestrutura de dados ou plataformas de machine learning, é preciso fazer o dever de casa: alinhar a transformação digital com os objetivos de negócio.
Como usar a inteligência artificial com propósito nas organizações
Empresas que realmente usam IA de forma estratégica começam pelas perguntas certas:
- Qual o papel da Inteligência Artificial na estratégia de negócio da empresa?
- Quais problemas reais a IA pode resolver em nosso contexto operacional?
- Quais indicadores de desempenho (KPIs) serão usados para mensurar o impacto da IA?
- Temos governança de dados e princípios éticos para orientar o uso da inteligência artificial?
Sem essas respostas, o risco é alto. As empresas acabam utilizando IA apenas como uma maquiagem tecnológica, o que leva a desperdício de recursos, frustração das equipes e falhas na inovação.